"Consciously we teach what we know, unconsciously we teach who we are." Hamachek, 1999

segunda-feira, 30 de março de 2015

Observation #1 - Chemistry classes - Aula de Química \o/

Inorganic and Analytical Chemistry
Hilda Szabo

Today I had the opportunity to observe a class of Inorganic and Analytical Chemistry for the Environmental Engineering course. The teacher Hilda Szabo was very attentive and helpful when I sent an e-mail showing my interest in observe her lessons.
Before the observation begins I tried to define what I considered most important in this observation, since it was the first observation I made alone, without being accompanied by a teacher.
So I decided to look at some aspects:
- Learning environment:
How is the classroom organization? Could this organization facilitate the learning process?
- Teacher's Methods:
What is the methodology used by the teacher? Is it focused on students? Is it an activation methodology? What learning theory is present in the methodology?
- Student's behaviour:
How students behave in class? How is the participation and interest of them?
Then, after defining what aspects I would observe and the motivating questions, I headed to the classroom with thirty minutes of advance.
Before class, students were outside the room talking about the teacher and the discipline, criticizing, thinking in possible suggestions and asking why the subject is useful.
Now, try to maintain a standard in my future posts, I will answer my motivating questions rather than writing a text about the class. I believe it would be better to organize ideas.
- Subject:
Energy in the oxidation-reduction reactions (Cells and Electrolysis)
- Learning environment:
The room is organized in the traditional way. Not on individual rows, but two rows in pairs and trios in a row. It is an organization where the interaction among students is a little better than our classic organization, due to the proximity be a little higher and students can communicate with the double.
- Teacher's methods:
The teacher gave a very traditional lesson, using data projector to show pictures and exercises that have been resolved by it in class. A traditional lecture. However, despite the methodology have been quite traditional, the teacher always asks questions to pupils mainly sequential questions to stimulate them.
At the beginning of the lesson there was a brief review of the previous class, also with questions to students in order to verify if the objectives of the previous class have been achieved.
I do not see this methodology as student-centered and it is just a little activating, as students are encouraged to participate in class but always the same students participate and others are just looking and some very scattered.
The main learning theory that I see in class is behaviorism. Maybe with a little cognitivism approach due to constant questioning students.
- Student's behaviour:
Students are very euphoric at the beginning of class, talking a lot, even when the teacher was explaining the objectives of the lesson and during the review.
After reviewing the students were more attentive, but few students participate in classes, and only men took part, no woman made any questions, and the room has approximately the same amount of men and women, I found it a bit curious, I'd like to observe more subjects of this classroom with other teachers to see if participation is different.
Some students were on their phones during class or talking with colleagues on other matters.
- Final considerations:
I realize that problems with students are very close to the problems we see in Brazil, mobile phones, distraction, parallel conversation among others.
Even if some TAMK courses have a very innovative curriculum (compared to Brazil), some classes are still quite traditional, without the use of methodologies such as problem-based learning or project-based learning.

Obs .: The class ended with the fire alarm ringing and everyone quickly left the room. It was just a simulation.

Thanks for your interest in reading

Química Inorgânica e Analítica
Hilda Szabo

Hoje tive a oportunidade de observar uma aula de Química Inorgânica e Analítica para o curso de Engenharia Ambiental. A professora Hilda Szabo foi muito atenciosa e solícita quando enviei e-mail demonstrando meu interesse em acompanhar suas aulas.
Antes de realizar a observação eu tentei definir o que eu considerava mais importante nesta observação, uma vez que foi a primeira observação que fiz sozinho, sem o acompanhamento de um professor.
Então decidi que iria observar alguns aspectos:
- Ambiente de aprendizagem:
Como é a organização da sala de aula? Esta organização favorece a aprendizagem? 
- Metodologia da professora:
Qual a metodologia utilizada pela professora? Ela é centrada nos estudantes? Ela é uma metodologia de ativação? Qual teoria de aprendizagem está presente na metodologia?
- Comportamento dos estudantes:
Como os estudantes se comportam em sala de aula? Como é a participação e interesse dos mesmos?
Então, após a definição de quais aspectos eu iria observar e com as perguntas motivadoras, me encaminhei para a sala de aula com trinta minutos de antecedência. 
Antes da aula, os alunos estavam do lado de fora da sala conversando sobre a professora e a disciplina, fazendo críticas, possíveis sugestões e se perguntando para que a disciplina era útil. 
Agora, para tentar manter um padrão em minhas futuras postagens, irei responder às minhas perguntas motivadoras ao invés de escrever um texto sobre a aula. Acredito que assim irei organizar melhor as ideias.
- Tema da aula:
Energia nas reação de oxi-redução (Pilhas e Eletrólise)
- Ambiente de aprendizagem:
A sala é organizada de forma bem tradicional. Não em filas individuais, porém duas filas em duplas e uma fila em trios. É uma organização onde a interação entre os estudantes é um pouco melhor que a nossa organização clássica, devido à proximidade ser um pouco maior e os estudantes podem se comunicar entre as duplas.
- Metodologia da professora:
A professora deu uma aula bem tradicional, utilizando datashow para mostrar imagens e exercícios que foram resolvidos por ela em sala. Porém, apesar da metodologia ter sido bastante tradicional, a professora sempre faz perguntas aos alunos, sequências de perguntas para estimular o raciocínio dos mesmos. 
No início da aula houve uma pequena revisão da aula anterior, também com perguntas aos estudantes de forma a verificar se os objetivos da aula anterior foram atingidos.
Não vejo a metodologia centralizada nos estudantes e ela é pouco ativadora, pois os estudantes são estimulados a participar da aula mas sempre os mesmos participam e outros ficam apenas olhando e alguns muito dispersos.
A principal teoria de aprendizagem que vejo na aula é o comportamentalismo. Talvez com uma pequena abordagem cognitivista devido aos constantes questionamentos aos alunos.
- Comportamento dos estudantes:
Os estudantes ficam muito eufóricos no início da aula, conversando muito, mesmo quando a professora estava explicando os objetivos da aula e durante a revisão.
Após a revisão os alunos ficaram mais atentos, porém poucos alunos participam das aulas, e apenas os homens participaram, em nenhum momento da aula uma mulher fez algum questionamento, e a sala possui aproximadamente a mesma quantidade de homens e mulheres, achei isto um pouco curioso, gostaria de observar mais aulas desta turma, com outros professores para ver se a participação é diferente.
Alguns alunos ficaram em seus telefones durante a aula ou conversando com os colegas sobre outros assuntos.
- Considerações finais:
Percebo que os problemas com alunos são bem próximos dos problemas que vemos no Brasil, celulares, distração, conversa paralela entre outros.
Mesmo que alguns cursos em TAMK possuam um currículo bastante inovador (comparando ao Brasil), algumas aulas ainda são bastante tradicionais, sem a utilização de metodologias como problem-based learning ou project-based learning.

obs.: A aula terminou com o alarme de incêndio tocando e todos saindo rapidamente da sala. Era apenas uma simulação.

Obrigado pelo interesse em ler.

Bruno Pereira Garcês

sexta-feira, 27 de março de 2015

New page "Methods" - Nova Página "Metodologias"

Hello everyone!


I want to invite you to see the new page of my blog.
It's a place where I will describe some methods I've learned here in Finland.
This area I will write just in Portuguese but you can use the google translator button on the right side.
It's actually not part of the Learning Journal but I still want to share with you.
You can click on the link below or in the tab besides the "Home" Button.




Olá a todos!

Gostaria de convidá-los a conhecer a nova área do blog.
É um espaço onde irei descrever algumas metodologias que estou aprendendo ou aperfeiçoando aqui na Finlândia. Estou atualizando aos poucos e minha ideia é colocar a maior quantidade possível para nós professores termos maiores possibilidades em sala de aula.
Estou escrevendo esta seção somente em português.
Basta clicar no link abaixo ou na aba ao lado de Página Inicial.

Metodologias

Muito Obrigado!!!

Bruno Pereira Garcês

quinta-feira, 26 de março de 2015

E-learning - Educação à Distância

E-learning

Have you ever heard about Distance Learning in Brazil? Of course.
Do you know how it works? Maybe
Did you know that there are different forms of distance learning and Brazil usually use just one term to characterize them all? Probably not.
After an excellent class of Päivi Aarreniemi-Jokipelto, I will talk about distance learning and its different sub-areas.
I'll start this discussion with 6 terms:
E-learning, Distance Learning, Online Learning, Blended-Learning, M-Learning, T-Learning. 
The terms sound a little strange, confused and very similar, so I will talk about my interpretation. 
Distance Learning:
It's the kind of learning where the teacher and the student are physically separated, in different environments. 
E-Learning:
E-learning and E-Learning is the use of any electronic tools for learning, such as intranet, internet, satellite, television, mobile phones, tablets and others. E-Learning in my view is a form of distance learning, but we can work with this method in a face-to-face approach by using softwares or applications in the classroom for example.
Online Learning:
The name says it all, online learning, connected to the internet. We can cite as examples online courses as Englishtown or short courses of some institutions such as FGV.
Blended-Learning:
This method is the real Brazilian "Distance Learning". One in which the majority of the course is given by virtual platforms but with face-to-face meetings. Our undergraduate courses in distance education usually follow this pattern.
M-Learning:
The Mobile-Learning is learning using mobile devices such as phones and tablets. Applications are the main tools in this system. Many applications are useful in this mode depending on each subject.
T-Learning:
It is a very new concept and would be learning using interactive or smart TVs TVs. The student can learn in a mixed system, using television, internet and applications with one tool.
To better explain the relationship between these modes of learning I did this figure that I believe make it clear these settings.
I hope I have explained the difference between these terms and, speaking of Brazil, I believe that our Distance Education is all based on Blended Learning.

Now two little questions we had to answer in class and serve for reflection:
What kind of E-learning or distance learning TOOLS  a VET teacher for a future in Brazil should be able to use?
 
What kind of E-learning or distance learning COMPETENCES OR SKILLS a VET teacher for a future in Brazil should have?
The answers are on the pictures.
In just one "lecture" my conception of Distance Education has changed a lot. I hope it changes more and more and I become able to use these tools and acquire these competences and skills.
I hope you enjoy and really think about the issues.

Thank you for your interest in reading.

Educação à Distância

Você já ouviu falar de Ensino à Distância no Brasil? Com certeza.
Sabe como funciona? Talvez
Sabia que existem diferentes formas de ensino à distância e no Brasil normalmente utilizamos apenas um termo para caracterizar todas elas? Provavelmente não.
Após uma excelente aula da professora Päivi Aarreniemi-Jokipelto, irei falar um pouco sobre ensino à distância e suas diferentes sub-áreas.
Vou iniciar esta discussão com 6 termos: 
E-learning, Distance Learning, Online Learning, Blended-Learning, M-Learning, T-Learning. Apesar de todos os termos estarem em inglês, você consegue perceber uma diferença entre eles? 
Traduzindo todos ao pé da letra teríamos: ensino eletrônico, ensino à distância, ensino online, ensino misto, ensino móvel, ensino em televisão.
Os termos soam um pouco estranhos, confusos e muito semelhantes, portanto irei falar um pouco sobre a minha interpretação dos mesmos. Irei utilizar os termos em inglês pois alguns deles não há uma boa definição em português.
Distance Learning: 
É o tipo de aprendizagem onde o professor e o aluno estão separados fisicamente, ou seja, em ambientes diferentes. Podemos citar os cursos de graduação a distância, cursos de aperfeiçoamento à distância, telecurso 2000 e até uma relação entre o suporte técnico da maravilhosa Algar e o usuário.
E-Learning: 
E-learning ou Ensino Eletrônico é a utilização de quaisquer ferramentas eletrônicas para a aprendizagem, como intranet, internet, satélites, televisão, celulares, tablets entre outros. E-Learning em minha visão é uma forma de distance learning, porém podemos trabalhar com ele presencialmente, com utilização de softwares ou aplicativos em sala de aula por exemplo.
Online Learning:
O nome diz tudo, aprendizagem online, conectado à internet. Podemos citar como exemplos os cursos online como Englishtown ou cursos de curta duração de algumas instituições como FGV.
Blended-Learning:
Essa modalidade é o verdadeiro "Ensino à Distância" brasileiro. Aquele em que a maioria do curso se dá por plataformas virtuais porém com encontros presenciais, ou seja, o ensino é misto com maior parte à distância. Nossos cursos de graduação na modalidade Educação à Distância geralmente seguem este padrão.
M-Learning:
O Mobile-Learning é a aprendizagem utilizando dispositivos móveis, como celulares e tablets. Os aplicativos são as principais ferramentas neste sistema. Vários aplicativos são úteis nesta modalidade dependendo de cada área.
T-Learning:
É um conceito muito novo e seria a aprendizagem utilizando televisões interativas ou smart tvs. O aluno pode aprender em um sistema misto, utilizando televisão, internet e aplicativos com uma só ferramenta.
Para explicar melhor a relação entre estas modalidades de aprendizagem eu fiz esta figura que acredito deixar mais claro estas definições.

Espero ter explicado a diferença entre esses termos e, falando de Brasil, acredito que nossa Educação à Distância é toda baseada em Blended Learning.
Agora duas perguntinhas que tivemos que responder na aula e servem para reflexão:
Quais tipos de ferramentas de e-learning ou de educação a distância um professor deve estar preparado para utilizar?
Quais tipos de competências ou habilidades em educação a distância ou e-learning um professor deve adquirir?

Irei falar as respostas de meu grupo no próximo post. Gostaria mesmo que vocês pensassem nestas questões (Mas as minhas respostas estão nas fotos do texto em inglês, hehehe).

Esta foi apenas a primeira postagem sobre e-learning e já adianto que em uma aula minha concepção de Educação à Distância já mudou muito.

Espero que gostem e realmente reflitam sobre as questões.

Muito obrigado pelo seu interesse em ler.

Bruno Pereira Garcês

terça-feira, 24 de março de 2015

Nuclear Power Plant and Cognitivism - Usina Nuclear e Cognitivismo

Olkiluoto Nuclear Power Plant

Well ... today we went to Olkiluoto Nuclear Power Plant located in the municipality of Eurajoki in western Finland. It is one of two nuclear power plants of Finland with two reactors that produce about 860MW each. Another reactor is being built starting in planning activities for 2017.
Nuclear power accounts for approximately 23% of the Finnish energy consuming, but the proposal is that by 2020 this percentage miss space for renewable energy like solar and wind.
Now a bit of chemistry (It's so good to talk about chemistry):
The Olkiluto plant produces energy through the fission of uranium-235 isotope, which has a slow radioactive decay. The main form of uranium found in nature is uranium-238, so there is the need to make a uranium enrichment process in order to obtain a greater abundance of uranium-235.
Brazil currently ranks sixth in the world ranking of uranium reserves and 21th in MW capacity.
During the visit we could know better about the energy production process for nuclear sources, how is the disposal of nuclear waste and know where that disposal is performed.
The Olkiluoto plant has a disposal proposal for 2020 that is unique in the world. All waste will be stored in large tunnels 420 meters underground. Of course it all safely.
Several professionals work at the plant, chemists, engineers, geographers and others.
But how does uranium generate electricity?
Within the nuclear fission reactors there promoting a great warming, this warming heats the surrounding water that turns into steam. This steam turns turbines to generate electricity. At the end, the steam is condensed and returns to the cycle.
But what are the environmental impacts of nuclear energy?
The main problem is the waste produced, because there is still no effective treatment for the same "lose" its radioactivity, so they should be stored in a fully sealed capsules in isolated locations.
Another problem could be the heating of the condenser water reactors, as this water returns to nature. In Olkiluoto, has been confirmed that the warming of the ocean in the area not much changed the local ecosystem.
In my opinion: Nuclear energy is a great alternative, but in a country like Brazil, with predominantly tropical and equatorial climate would be more interesting to work more on solar energy, which is already widely used for heating but still sin as a source of electricity.
Well ... my idea is to make less tiresome posts, those who want to know more can find me here, on facebook, whatsapp or email. 
And this visit was a great cognitive experience to know more about nuclear energy.
See you!

Usina Nuclear de Olkiluoto

Bem... hoje fizemos uma visita à Usina Nuclear de Olkiluoto localizada no município de Eurajoki no oeste da Finlândia. É uma das duas indústrias nucleares da Finlândia com dois reatores que produzem aproximadamente 860MW cada. Mais um reator está sendo construído com previsão de início das atividades para 2017.
A energia nuclear corresponde a aproximadamente 23% da matriz energética FInlandesa, mas a proposta é que até 2020 essa porcentagem perca espaço para as energias renováveis.
Agora um pouco de química (como é bom falar de química):
A usina de Olkiluto produz energia através da fissão de isótopos de Urânio-235, que tem um decaimento radioativo lento. A principal forma de Urânio encontrada na natureza é o Urânio-238, portanto há a necessidade de se fazer um processo de enriquecimento de Urânio para que se obtenha uma maior abundância do Urânio-235.
Atualmente o Brasil ocupa a sexta posição no ranking mundial de reservas de Urânio.
Durante a visita nós conhecemos melhor sobre o processo de produção de energia por fontes nucleares, como é feito o descarte do lixo nuclear e conhecemos o local onde esse descarte é realizado.
A usina de Olkiluoto possui uma proposta de descarte para 2020 que é única no mundo. Todos os resíduos serão armazenados em grandes túneis a 420 metros abaixo da terra. Claro que tudo com total segurança.
Vários profissionais trabalham na usina, químicos, engenheiros, geógrafos entre outros.
Mas como o Urânio gera energia elétrica?
Dentro dos reatores há a fissão nuclear que promove um grande aquecimento, este aquecimento aquece a água ao redor que se transforma em vapor. Este vapor gira as turbinas para a geração de energia elétrica. No final, o vapor é condensado e volta para o ciclo. 
Mas quais são os impactos ambientais da energia nuclear?
O principal problema são os resíduos produzidos, pois ainda não há um tratamento eficiente para os mesmos "perderem" sua radioatividade, portanto os mesmos devem ser armazenados em cápsulas totalmente lacradas em locais isolados. 
Outro problema pode ser o aquecimento das águas do condensador dos reatores, como essa água retornará à natureza. Em Olkiluoto, já foi comprovado que o aquecimento do oceano na região não alterou muito o ecossistema local.
Em minha opinião: Energia nuclear é uma excelente alternativa, porém em um país como o Brasil, com clima predominantemente tropical e equatorial seria mais interessante trabalhar mais na energia solar, que já usamos amplamente para aquecimento porém ainda pecamos como fonte de energia elétrica.
Bem... minha ideia é tornar os posts menos cansativos, aqueles que queiram saber mais podem me procurar por aqui, no facebook, whatsapp ou e-mail.
Apenas para não deixar sem nenhum aspecto pedagógico, esta visita mostra uma das formas de aprendizagem em espaços não formais. Uma maneira cognitiva de se aprender mais sobre energia nuclear. Visitas técnicas são muito importantes para os profissionais de diferentes áreas, e pude ver que os alunos de TAMK gostam bastante dessa prática e levam tudo muito a sério, com várias perguntas pertinentes e sem brincadeiras durante a visita.
Até mais!

Bruno Pereira Garcês

domingo, 22 de março de 2015

Article Summary - Resumo de Artigo

Engineering Education - Is Problem-Based or Project-Based Learning the answer? 

I have summarized an article that is directly related to the EDUCON conference, so I decided to post it.
The modern engineering needs a professional that has more than technological skills and fundamental science of engineering. The labor market need professionals that know how to apply these concepts in practice.
Some observations can be done about the engineering education nowadays. e.g.
- Engineering curricula have topics without integration between them;
- They don't provide design experiences to students;
- There aren't many opportunities for the students improve their teamwork skills;
- The engineering courses must focus more on social, environmental, economic and legal issues, they are just focusing the scientific part of engineering;
- Universities don't provide opportunity for the students learn how to apply their theory knowledge in the practice. Theory and practice aren't integrated.
The engineering institutions must revise their program and course structures and teaching methods to help their graduates be more accepted by the industry.
One of the best ways to change this scenario is to adopt project-based learning or problem-based learning in engineering institutions, it could solve directly 5 of 6 problems cited before and the last one would be solved indirectly.
Some authors say that Problem-Based Learning isn't totally suitable for engineering courses because the knowledge structure of these courses is hierarchical for example, the student can't learn how to calculate a mass balance of an chemical industry if he don't know elementary math unlike medicine, that is such an encyclopedic course, the student can learn in different sequences.
Another reason that problem-based learning would be difficult to implement is that engineer education sector is very conservative, with a technically focused culture.
The problem-based learning may be good for engineer students, but there are a lot of reasons that it would be very difficult to work.
Projects in engineering can vary the time scales, it can take hours, days, weeks or years, but all will relate the theory and techniques of an engineer's specialization.
Project-based learning x Problem-based learning
- Both strategies are based on self-direction and collaboration;
- Projects are closer to professional reality;
- Projects take a longer period of time;
- Projects are more directed to the application of knowledge, whereas problems are more directed to the acquisition of knowledge;
- Project-based is usually accompanied by elementary courses;
- Project-based learning require more management of time and resources by the students;
- Self-direction is stronger in projects.
Project-based learning can be applied in individual courses or the entire curriculum, and it can be project-oriented studies and project-organised curriculum.
First one uses small projects within individual courses, progressing to a final project that has the objective of being integrator.
The second is the organization of the entire curricula of the engineering courses in projects and these projects vary in duration from a few weeks up to a whole year and even the whole course. There isn't any engineering course this way.
The ideas of Project-based learning and problem-based learning support each other and emphasize different aspects of learning.
They emphasize learning instead of teaching.
A project has some phases of preparation such as preparation, problem analysis, demarcation, problem solving, conclusion and reporting.
The students who participate in project-based learning are generally more motivated, have better teamwork and communication skills. They have a better understanding of the application of their knowledge and they are more able to use connections by theory and practice.

My personal opinion about the article:
I finally got the main difference between Project-based learning and Problem-based Learning.
It seems that the project-based learning is a very good method to use in my institute in Brazil. I think the vocational courses are the right study degree to start this project on Federal Institutes because the main goal of these is to provide labor to the labor market, if we can use problem-based learning maybe we can motivate our students to work as technicians.

Ensino de Engenharia - Metodologia baseada em projetos seria a solução?

Fiz uma resenha de um artigo que tem tudo a ver com o assunto da EDUCON, portanto estou postando a mesma abaixo.
A engenharia moderna precisa de um profissional que possua mais do que apenas competências tecnológicas e a ciência fundamental da engenharia. O mercado de trabalho precisa de profissionais que saibam como aplicar esses conceitos na prática.
Algumas observações podem ser feitas sobre o ensino da engenharia hoje em dia. por exemplo:
- Os currículos dos cursos de engenharia possuem disciplinas sem integração entre elas;
- Eles não oferecem experiências de design para estudantes;
- Não há muitas oportunidades para os estudantes melhorarem suas habilidades de trabalho em equipe;
- As universidades não oferecem oportunidade para que os alunos aprendem a aplicar seus conhecimentos teóricos na prática. Teoria e prática não estão integrados.
- Os cursos de engenharia têm de se concentrar mais em questões sociais, ambientais, econômicas e jurídicas, eles estão focando apenas a parte científica da engenharia;
- As instituições de engenharia devem rever os seus programas e cursos de forma a alterar as estruturas e métodos de ensino para ajudar os seus egressos a serem mais aceitos pela indústria.
Uma das melhores maneiras de mudar esse cenário é adotar aprendizagem baseada em projetos ou aprendizagem baseada em problemas, isto poderia resolver diretamente 5 de 6 problemas citados antes e o último seria resolvido de forma indireta.
Alguns autores dizem que a aprendizagem baseada em problemas não é totalmente adequada para cursos de engenharia, porque na estrutura desses cursos, o conhecimento é hierárquico, por exemplo, o aluno não pode aprender a calcular um balanço de massa de uma indústria química, se ele não sabe matemática elementar ao contrário da medicina, que é um curso tão enciclopédico que o aluno pode aprender em diferentes sequências.
Outra razão é que o setor de educação da engenharia é muito conservador, com uma cultura totalmente acadêmica e tradicional.
A aprendizagem baseada em problemas pode ser boa para estudantes de engenharia, mas há uma série de razões que tornariam o trabalho um pouco difícil.
Projetos em engenharia podem variar as escalas de tempo, pode levar horas, dias, semanas ou anos, mas tudo vai relacionar a teoria e a prática de um engenheiro.
Aprendizagem baseada em projetos x Aprendizagem baseada em problemas
- Ambas as estratégias são baseadas em auto-direção e colaboração;
- Os projetos são mais próximos da realidade profissional;
- Projetos podem durar um longo período de tempo;
- Os projetos são mais direcionados para a aplicação do conhecimento, enquanto os problemas são mais direcionados para a aquisição de conhecimentos;
- Aprendizagem baseada em projetos é geralmente acompanhada de disciplinas básicas e elementares;
- Aprendizagem baseada em projetos requer uma maior organização do tempo e dos recursos por parte dos alunos;
- Auto-orientação é mais forte nos projetos.
O trabalho com projetos pode ser aplicado em disciplinas individuais ou em todo o currículo.
O primeiro usa pequenos projetos, dentro das disciplinas, progredindo para um projeto final que tem o objetivo de ser integrador.
O segundo é a organização de todo o currículo dos cursos de engenharia em projetos e esses projetos variam em duração de algumas semanas até um ano inteiro e até mesmo todo o curso. Não há qualquer curso de engenharia desta forma atualmente.
As idéias de aprendizagem baseada em projetos e aprendizagem baseada em problemas são tipos de metodologia centradas no estudante;
Elas enfatizam o aprender ao invés do ensinar.
Um projeto possui algumas fases, como a preparação, análise de problemas, demarcação, resolução de problemas, conclusão e confecção de relatórios.
Os estudantes que participam na aprendizagem baseada em projetos geralmente são mais motivados, têm melhores habilidades de trabalho em equipe e comunicação. Eles têm uma melhor compreensão da aplicação de seus conhecimentos e são mais capazes de usar conexões entre a teoria e a prática.

A minha opinião pessoal sobre o artigo:
Parece que a aprendizagem baseada em projetos é um método muito bom para usar nos Institutos Federais no Brasil. Eu acho que os cursos técnicos dos IFs poderiam adotar esta metodologia, pois o objetivo principal deles é fornecer mão-de-obra para o mercado de trabalho, talvez com uma mudança de metodologia, trabalhando com os alunos os problemas reais da sociedade eles se interessam mais pelos seus cursos técnicos.

Bruno Pereira Garcês

VI EDUCON

EDUCON

EDUCON is an international conference organized by the Institute of Electrical and Electronics Engineers that provides a forum for academic, research and industrial collaboration on global engineering education.

This is the sixth EDUCON and the main subject was "Engineering Education towards Excellence and Innovation".
The TAMK staff organized our participation in this event and I will talk a little more about it.
The congress started very well: The opening was made by Toomas Hendrik Ilves, one Estonian family Swedish, formed at Columbia University in the United States and Master in Psychology from the University of Pennsylvania. Ahh... I also remember that he is the current President of Estonia. Yes! The President of Estonia opened the event with a speech showing the importance of education and science for this country, which from 1992 until today managed to lift its economy and significantly improve their education. To get a small taste, the last PISA Estonia appears in 6th place in science, just behind China (Shanghai and Honk Kong), Singapore, Japan and Finland. In Mathematics Estonia appears even in front of Finland.

A striking phrase of the President was: "I am very happy to be here discussing education in recent years I'm just attending conferences where the main subject is the war.." This is due to the current situation between Russia and Ukraine.
Another interesting fact was the absence of policy table. We went to a congress where the country's president made the opening but without formalities. Here comes the question? Why do we have to make a table of authorities and thank politicians and officials present? We have to thank our students and ourselves because we believe in education, and that gratitude should not be done at a conference but in the day-to-day.
Congress does not have posters section, all works are presented in the form of oral communication. Participants from 43 countries showed what they are doing in relation to engineering education and the word that appears more in the speech of speakers is: motivation.
This is the question I have been asking me since I came to Finland. How to motivate my students? I still don't know the answer, I hope to know at least one way to the end of this training.
I'll end this post here because I want you to reflect about these two questions here and maybe you can get me your opinion:
Why are we so formal in a conference?
How to motivate our students?
Thank you!

"Never teach the nature, learn from her"

EDUCON

EDUCON é um congresso internacional organizado pelo Instituto de Engenheiros Eletricistas e Eletrônicos que promove um fórum para se discutir questões acadêmicas, de pesquisa e industriais sobre o ensino de engenharia em um nível global.
Esta é a sexta edição da EDUCON e o tema foi: "Educação em Engenharia para a Excelência e Inovação"
O pessoal de TAMK organizou toda a nossa participação neste evento e abaixo irei falar um pouco mais sobre o mesmo.
O congresso começou bem: A abertura foi feita por Toomas Hendrik Ilves, um suéco de família estoniana, formado na Universidade de Columbia nos Estados Unidos e Mestre em Psicologia pela Universidade da Pensilvânia. Ahh... vale lembrar que é o atual Presidente da Estônia. Sim! O presidente da Estônia fez a abertura do evento, e com um discurso mostrando a importância da educação e da ciência para este país, que de 1992 até hoje conseguiu erguer sua economia e melhorar consideravelmente sua educação. Para se ter uma pequena noção, no último PISA a Estônia aparece na 6ª colocação em ciências, ficando atrás apenas de China (Shangai e Honk Kong), Cingapura, Japão e Finlândia. Em Matemática a Estônia aparece inclusive na frente da Finlândia.
Uma frase marcante do presidente foi: "Estou muito feliz em estar aqui discutindo sobre educação. Nos últimos anos só estou participando de conferências onde o principal assunto são as guerras." Isto se deve à situação atual entre Russia e Ucrânia.
Outro fato interessante foi a ausência de mesa diretiva. Fomos a um congresso onde o presidente do país fez a abertura porém sem formalidades. Ai vem a pergunta? Por que temos que fazer uma mesa de autoridades e agradecer a políticos e autoridades presentes? Temos que agradecer aos nossos alunos e a nós mesmos por acreditarmos na educação, e esse agradecimento não deve ser feito em uma conferência e sim no dia-a-dia.
O congresso não possui seção de pôsteres, todos os trabalhos são apresentados na forma de comunicação oral. Participantes de 43 países mostraram o que estão fazendo em relação ao ensino de engenharia e a palavra que mais aparece na fala dos palestrantes é: motivação.
Esta é a pergunta que venho me fazendo desde que cheguei à Finlândia. Como motivar meus alunos? Ainda não sei a resposta, espero saber pelo menos um caminho até o final desta capacitação.
Vou terminar essa postagem por aqui, pois quero que vocês que se interessaram em ler reflitam sobre elas.
Por que somos tão formais?
Como motivar nossos estudantes?
Muito obrigado!

"Nunca ensine sobre a natureza, aprenda com ela"


Bruno Pereira Garcês

sexta-feira, 13 de março de 2015

Basic Physics Curricula - Currículo de Física Geral (e experimental)

Physycs for engineers

It's interesting to observe some questions about curriculum, because I believe that is a major challenge for us teachers today. We often want to develop curricula as those we study. Extremely technical and academicians curricula. And I say this with experience to actively participate in the development / redesign three degree courses educational projects of the Federal Institute I work, Biology, Physics and Natural Sciences with specialization in Chemistry. We did a curriculum, in my opinion, that best meets the needs of the region with regard to professional profile, but looking at how is the curricula in Universities of Applied Sciences in Finland I believe we could have endeavored more, studied more and develop a better curriculum not only for us teachers and perhaps to society, but also for students. I feel guilty about it, not to think of the students to work on developing a curriculum.
Today I will talk a little bit of how the disciplines of General Physics and Experimental Physics for Engineering courses TAMK.
The Engineering courses TAMK have usually six disciplines of physics:
- Mechanics;
- Fluid Mechanics and Thermophysics;
- Electrostatic and Electronic Circuits and Magnetism;
- Oscillations and Waves Mechanics, Atom and Nuclear Physics;
- Basics of Measuring and Reporting;
- Laboratory Work of Physics.
The first four are considered theoretical and the last two are experimental.
The first difference in the curriculum is that students have the courses for two months (here in Finland divided by the seasons of the year that are well defined) and not for a semester or a year. So they have more weekly lessons of discipline, which does not mean that the study is exhausting. As far as we can be true, that the methodology used in class was the traditional system of "Chalk and talk" and data show, however is quite different.
The theoretical courses are organized as follows:
At the beginning, the teacher asks different questions to the students, who respond with a type of hearing meter called "Clicker" where the answers are easily organized and a chart is provided to the teacher. So it can quickly identify students' prior knowledge and hence work on weaknesses.
Every week the teacher has "theoretical" lessons where it works in the traditional way, but makes many demonstrations and always gives exercises for students in the form of tasks.
These tasks are not corrected by the teacher in the classroom. (What nonsense! The teacher does not correct the tasks in room! #ironicthought). It records videos with a resolution of all the exercises and puts on a youtube channel for students to have access to and correct their own exercises. The videos are fully explanatory, showing where the most common mistakes and often several ways to solve the same issue. With this methodology, the teacher earns a lot of time in the classroom, usually those students who studied have learned the exercises and the content and those who did not even try will just copy and will not learn, so the resolution of exercises in the classroom not behind so many benefits for students in general.
Another methodology used is the measurements. The teacher takes simple experiments for the classroom explains the purpose of each and let students seeking the best way to make the measurements and then they all write on an A2 sheet their results and theory behind the experiment and present to their colleagues. After the presentation the teacher speaks again about the content to explain issues that students may eventually have not spoken or to correct concepts that were introduced wrongly.
There is a time in classes where the teacher is not in the room, and students should study in groups of four to five students for the tests that are carried out every week with half-hour to an hour.
It is believed that in groups they can teach each other, and who teaches learns more, and improve their communication skills. This is a socio-constructivist approach used by teachers. (Does anyone read the post about Learning Theories?)
OK! It is clear that students have lectures, free time for group study, measurements in experiments and tests every week but how is the assessment? (Another aspect always widely discussed and always problematic.)
Thus assessment is continuous, cumulative and systematic and can help diagnose problems in learning before the final test. I personally believe that could slightly decrease the weight of the final test, but I'm showing how it's done here, which is not to say that we have to deploy in Brazil, we have to get referrals and pay attention to regional demands to organize our way of working education.

On the experimental courses they have a new methodology which I believe is excellent for students.
In a discipline the students have four teachers.
But Bruno, 4 teachers in a course will only make things worse, the students will be lost.
Rather, they are two physics teachers, a math and communication. Both of physics are responsible for conducting the classes in the lab, the math you probably imagine is not it? Help with math part, but not with random math, it works with the processing of data with students like standard deviation, applying formulas, graphs plot, linear regression and other aspects. And the professor of communication helps in time to preparing the reports properly.
Classes are divided into five basic steps:
1st - Introduction: Teachers explain about the discipline, objectives, methodology and assessment methods;
2nd - Measurement: Students will go with the physics teachers to the laboratory working in pairs where they note everything in his logbooks. If they have time after the measurements they already start treatment of the collected data;
3rd - Maths: With the data collected, the students go to the classroom with the professor of mathematics where the subject is always related to the analyzes of the students. There is a small part of lecture and then students do the calculations. The teacher is supervising and assisting students in class.
4th - Report: Students do not do their reports alone, the entire structure of a scientific report is presented by the teacher of the communication area. With all the data collected and has worked in math class, students can focus on text reports. During this period, many students have enough time to finish their reports, but even if they do not finish, they must deliver just at the following week.
5th - Feedback: After submission of the reports, teachers will read and prepare a collective feedback for students. During the reflection classes, reports are returned to the students. Teachers make a checklist of items that can't be missed in the reports and common mistakes, so the students will look their own reports and analyze if it need be improved or not, so they can improve their reports for the next times.
At the end of the course there is a lesson for general reflection on the discipline and feedback is given to the students and teachers.
All assessment is made up of reports, not only the paper itself, but of the whole development of the same.
Laboratory disciplines occupy the two marking periods and are organized as follows:
And now ?! Do you think that it is possible to implement a similar methodology in Brazil? What are the difficulties? What are the positives? What are the negatives?
I believe that with good planning and availability of teachers to work in teams this methodology is entirely possible and I don't see negatives at the moment, perhaps I'm blinded by the ideals of Universities of Applied Sciences in Finland, but do you think that we are so far away that we couldn't even try?
Thanks for your interest in reading.

Física para Engenharia

É interessante observar questões sobre currículo, pois acredito que é um dos principais desafios para nós professores atualmente. Muitas vezes queremos elaborar os currículos como foram aqueles em que estudamos. Currículos extremamente técnicos e academicistas. E falo isso com a experiência de participar ativamente na elaboração/reformulação de três projetos pedagógicos de cursos de Licenciatura do Campus Confresa, Biologia, Física e Ciências da Natureza com Habilitação em Química. Fizemos um currículo em, em minha opinião, atende melhor as necessidades da região no que diz respeito ao perfil profissional, porém olhando como funcionam os currículos nas Universidades de Ciências Aplicadas na Finlândia acredito que poderíamos ter nos esforçado, estudado mais e desenvolver um currículo melhor não só para nós professores e talvez para a sociedade, mas para os alunos também. Me sinto culpado por isso, por não pensar nos alunos ao trabalhar na elaboração de um currículo.
Hoje irei falar um pouco de como funcionam as disciplinas de Física Geral e Física Experimental para os cursos de Engenharia em TAMK.
Os cursos de Engenharia em TAMK possuem normalmente seis disciplinas de física:
- Mecânica;
- Mecânica dos Fluidos e Termofísica;
- Eletrostática e Circuitos Elétricos e Magnetismo;
- Oscilações e Mecânica das Ondas, Física Atômica e Nuclear;
- Noções Básicas de Experimentação e Preparo de Relatórios;
- Trabalhos Laboratoriais de Física.
As quatro primeiras são consideradas teóricas e as duas últimas são experimentais.
A primeira diferença nos currículos é que os alunos possuem as disciplinas por um bimestre (aqui na Finlândia dividido pelas estações do ano bem definidas) e não por um semestre ou um ano. Assim eles possuem mais aulas semanais da disciplina, o que não significa que o estudo se torna cansativo. Até onde vemos pode até ser verdade, isso se a metodologia utilizada nas aulas fosse o sistema tradicional de quadro e giz e datashow, porém é bem diferente. 
Os cursos teóricos são organizados da seguinte forma:
No início do curso, o professor faz diferentes perguntas para os alunos, que respondem com um tipo de medidor de audiência chamado "Clicker" onde as respostas são facilmente organizadas e um gráfico é fornecido ao professore. Assim ele pode rapidamente identificar os conhecimentos prévios dos alunos e, consequentemente, trabalhar nos pontos fracos.
Toda semana o professor tem aulas "teóricas" onde o mesmo trabalha na forma tradicional, porém faz muitas demonstrações e sempre passa exercícios para os alunos na forma de tarefas.
Essas tarefas não são corrigidas pelo professor em sala. (Que absurdo! O professor não corrige as tarefas em sala!). Ele grava vídeos com a resolução de todos os exercícios e coloca em um canal do youtube para que os alunos tenham acesso e possam corrigir seus próprios exercícios. Os vídeos são totalmente explicativos, mostrando onde estão os erros mais comuns e muitas vezes várias formas de resolver a mesma questão. Com essa metodologia, o professor ganha muito tempo em sala de aula uma vez que, normalmente aqueles alunos que fizeram os exercícios estudaram e aprenderam o conteúdo e aqueles que nem tentaram vão apenas copiar e não vão aprender, portanto a resolução de exercícios em sala não trás tantos benefícios para os alunos em geral.
Outra metodologia utilizada é a de medições. O professor leva experimentos simples para a sala de aula explica o objetivo de cada um e deixa os alunos procurarem a melhor maneira de se fazer as medições e depois todos eles escrevem em uma folha A2 seus resultados e teoria por trás do experimento e apresentam para seus colegas. Após a apresentação o professor fala novamente sobre o conteúdo para tratar de assuntos que os estudantes por ventura não tenham falado ou para corrigir conceitos que foram introduzidos de forma errônea.
Há um tempo dentro das aulas onde o professor não está na sala, e os alunos devem estudar em grupos de quatro a cinco alunos para os testes que são realizados toda semana com duração de meia hora a uma hora.
Acredita-se que em grupos eles podem ensinar uns aos outros, e quem ensina aprende mais, além de melhorar suas habilidades de comunicação. Esta é uma abordagem socio-construtivista utilizada pelos professores. (Alguém leu o post sobre Teorias de Aprendizagem?)
OK! Está claro que os alunos possuem aulas teóricas, tempo livre para estudo em grupo, medições em experimentos e testes toda semana mas como funciona a avaliação? (Outro aspecto sempre bastante discutido e sempre problemático.)
Measurement = Medições;
Week Exam = Teste semanal;
Final Examination = Teste final.

Dessa forma a avaliação é contínua, cumulativa e sistemática (Vamos lembrar da LDB) e pode auxiliar no diagnóstico de problemas na aprendizagem antes do teste final. Eu pessoalmente acredito que poderia diminuir um pouco o peso do teste final, porém estou mostrando como é feito aqui, o que não quer dizer que temos que implantar no Brasil, temos que buscar referências e nos atentar às demandas regionais para organizar nossa forma de trabalhar a educação.
Sobre os cursos experimentais vem uma nova metodologia que acredito ser excelente para os alunos.
Em uma disciplina os alunos possuem 4 professores. 
Mas Bruno, 4 professores em uma disciplina só irá piorar as coisas, os alunos vão ficar perdidos.
Pelo contrário, são dois professores de física, um de matemática e um de comunicação. Os dois de física são responsáveis pela condução das aulas no laboratório, o de matemática vocês já devem imaginar não é? Ajuda com a parte matemática, mas não com matemática aleatória, ele trabalha com o tratamento de dados com os alunos, média, desvio padrão, aplicação de fórmulas, plotagem de gráficos, regressão linear e outros aspectos. E o professor de comunicação auxilia na hora de elaboração dos relatórios de forma adequada.
As aulas são divididas em 5 etapas básicas:
1ª - Introdução: Os professores apresentam a disciplina, os objetivos, metodologia e critérios de avaliação;
2ª - Medições: Os estudantes vão com os professores de física para o laboratório trabalhando em duplas onde anotam tudo em seus cadernos de anotações. Caso tenham tempo após as medições eles já iniciam o tratamento dos dados coletados;
3ª - Tratamento matemático: Com os dados coletados, os estudantes vão para a aula com o professor de matemática onde o assunto é sempre relacionado com as análises dos alunos. Há uma pequena parte de aula e depois os alunos fazem os cálculos. O professor fica supervisionando e auxiliando os estudantes em sala.
4ª - Relatório: Os alunos não fazem os relatórios sozinhos, toda a estrutura de um relatório científico é apresentado pelo professor da área de comunicação. Com todos os dados coletados e já trabalhados na aula de matemática, os estudantes podem concentrar no texto de seus relatórios. Neste período, muitos alunos tem tempo hábil para terminar seus relatórios, porém mesmo se não terminarem, eles devem entregar na semana seguinte.
5ª - Feedback: Após a entrega dos relatórios, os professores irão ler e preparar um feedback coletivo para os alunos. Durante a aula de reflexão, os relatórios são devolvidos aos alunos. Os professores fazem um checklist de itens que não podem faltar nos relatórios e de erros comuns, assim os alunos vão nos próprios relatórios e analisam se precisam ser melhorados ou não, assim eles podem melhorar seus relatórios para as próximas vezes.
Ao fim do curso há uma aula para reflexão geral sobre a disciplina e um feedback é dado dos alunos para os professores e vice-versa.
Toda a avaliação é feita em cima dos relatórios, não somente do papel em si, mas de todo o desenvolvimento do mesmo.
As disciplinas de laboratório ocupam dois bimestres e são organizadas da seguinte forma:
Meas - Medições
Maths - Tratamento Matemático
Report - Relatório
Refl - Feedback

E agora?! Acham que é possível implementar uma metodologia parecida no Brasil? Quais seriam as dificuldades? Quais seriam os pontos positivos? Quais seriam os pontos negativos?
Acredito que com um bom planejamento e disponibilidade dos professores para trabalhar em equipe essa metodologia é totalmente viável e não vejo pontos negativos no momento, talvez esteja cego pelos ideais das Universidades de Ciências Aplicadas da Finlândia, mas será que nós estamos tão distantes que não podemos nem tentar?
Obrigado pelo seu interesse em ler.

Bruno Pereira Garcês