"Consciously we teach what we know, unconsciously we teach who we are." Hamachek, 1999

sábado, 9 de maio de 2015

Avaliação DA aprendizagem, COMO aprendizagem e PARA apredizagem

Assessment

OK! Let's talk about assessment!
One of the most discussed subjects by teachers is assessment. Nobody knows the secrets of assessment, but with good discussions we can find common thoughts about this practice and maybe do it in a better way.
To discuss about assessment we should think in 5 questions: Why? What? When? How? Who?
So, I'll try to make a comparison between my assessment before I came to Finland and the assessment I intend to apply after going back to Brazil.

Why?
Before:
I used to assess to know if the students learned everything about the content, but usually I didn't explain the subject again if the students didn't reach the goals. 
After:
I intend to assess first to know if the students could comprehend the subject and could improve some competences and skills that they can need in their lives. I also want to assess to know if my teaching methods are reaching the students.
What?
Before:
I usually assess the knowledge of the student about the current subject and the past subjects that I've taught.
After:
I need to assess some different skills and competences of the students, as their team work, communication skills and the capacity to understand the relationship between the scientific content to the real life, not just the subject that I'm teaching at the moment.
When?
Before:
I think that at least this question I won't change a lot about my assessment criteria. I used to assess the students continuously, because our current laws about assessment tell this.
After:
The only change I intend to do is to make an everyday assess, so the students would get more feedback from me and I will need to observe them a lot.
How?
Before: 
Usually my assessment practices are exercises in pairs and tests that the students can use their notes. The students can't find the answers of my tests on their notebooks or on the internet. They need to think to find the answers. I try to stimulate them to think more and to use less "learn by heart" knowledge.
After:
Now I think that I will ask the students how they want to be assessed. Some students like to do tests, others like to make projects, others like to make reports, so I can assess them according to their preferences. The assessment don't need to be the same for everyone, I have to find what are the best ways to assess each student. It's difficult to do this in bigger classes like we have in Brazil, with 40 students, but I had never tried, so I can't be sure on saying that.
Who?
Before: 
I used to assess the students. Sometimes I ask for some colleagues help me to assess the students, to have some different point of views.
After: 
I don't have to take all responsibility for the assessment. If I do this I won't be doing assessment as learning, just assessment of learning, and it's not the better way. If the students can assess themselves and their colleagues, they can learn while assessing, and they have different views of learning. It would be a very nice way to assess, not just the self-assessment and peer-assessment, but also the assessment of the teacher.


So, I think I have to improve my assessment methods, and for now that's the way I will try. I don't know if it is better or worse, but for sure this is more student-centered. After trying this I can make a reflection to realize if it was good or not.

Avaliação

OK! Vamos falar sobre a avaliação!
Um dos assuntos mais discutidos pelos professores é a avaliação. Ninguém sabe os segredos da avaliação, mas com boas discussões podemos encontrar pensamentos comuns sobre esta prática e talvez fazê-la de uma maneira melhor.
Para discutir sobre a avaliação, devemos pensar em cinco perguntas: Por quê? O Quê? Quando? Como? Quem?
Então, eu vou tentar fazer uma comparação entre a forma que eu avaliava os estudantes antes de vir para a Finlândia e a forma que pretendo avaliar quando voltar ao Brasil. Irei responder de acordo com as cinco questões.

Por quê?
Antes:
Normalmente eu avalio os alunos para saber se eles aprenderam tudo (ou pelo menos o necessário) sobre o conteúdo, mas geralmente eu não explico novamente o assunto se os alunos não alcançam os objetivos. Isso para cumprir o plano de ensino.
Depois:
Ao invés de avaliar apenas sobre o conteúdo, acredito que devo avaliar também algumas competências e habilidades que eles podem precisar em suas vidas. Eu também quero saber avaliar se os meus métodos de ensino estão chegando a todos, se eu estou conseguindo transmitir a mensagem.

O Quê?
Antes:
Eu costumo avaliar o conhecimento do aluno sobre o assunto atual e os assuntos passados que eu ensinei ou imaginei que eles deveriam ter aprendido antes.
Depois:
Acredito que seria melhor avaliar algumas habilidades e competências dos alunos, como o seu trabalho em equipe, habilidades de comunicação e a capacidade de entender a relação entre o conteúdo científico e o seu cotidiano, não apenas o assunto que eu estou ensinando no momento.

Quando?
Antes:
Eu acho que, pelo menos nesta questão não vou mudar muita coisa sobre os meus critérios de avaliação. Normalmente avalio os alunos de forma contínua, pois nossas leis atuais sobre avaliação dizem que a avaliação deve ser contínua, cumulativa com os aspectos qualitativos superando os quantitativos.
Depois:
A única mudança que eu pretendo fazer é avaliar diariamente de modo que os alunos possam obter um maior feedback de mim e eu me force a observar melhor meus alunos, para poder auxiliar ainda mais em sua formação.

Como?
Antes:
Normalmente utilizo exercícios em duplas e testes individuais com consulta ao caderno. Os alunos normalmente não encontram as respostas dos meus testes em seus cadernos ou na internet. Eles precisam pensar para encontrar as respostas. Eu tento estimulá-los a pensar mais e usar menos o decoreba. Em algumas turmas passo trabalhos sobre Química e cotidiano e trabalhos de pesquisa em duplas que devem ser apresentados da forma de poster.
Depois:
Agora eu acho que vou perguntar aos alunos como eles querem ser avaliados. Alguns alunos gostam de fazer testes, outros gostam de fazer projetos, outros gostam de fazer relatórios, assim eu poderei avaliá-los de acordo com suas preferências. A avaliação não precisa, nem deve, ser a mesma para todos, eu tenho que encontrar quais são as melhores maneiras de avaliar cada aluno. É difícil fazer isso em turmas cheias como as que temos no Brasil, com 40 alunos, mas eu nunca tentei, então como posse ter tanta certeza ao dizer isto?

Quem?
Antes:
Normalmente apenas EU avalio os alunos. Às vezes eu peço alguns colegas me ajudem como uma banca para avaliar trabalhos.
Depois:
O professor não precisa ter toda a responsabilidade da avaliação de seus alunos. Se eu fizer isso eu não vou estar fazendo avaliação COMO aprendizagem e sim a avaliação apenas DA aprendizagem, e não é o melhor caminho. Se os alunos podem avaliar a si mesmos e seus colegas, eles podem aprender enquanto estão avaliando, e eles têm pontos de vista diferentes de aprendizagem. Seria uma maneira muito agradável para avaliar, não apenas a auto-avaliação mas também a avaliação pelos colegas, mas sem descartar a avaliação do professor.

Então, eu acho que preciso melhorar meus métodos de avaliação e, por enquanto essa é a maneira que eu vou tentar. Eu não sei se é melhor ou pior, mas com certeza é mais centrada nos alunos. Depois de tentar isso, eu posso fazer uma reflexão para analisar se foi melhor ou não

Bruno Pereira Garcês

quarta-feira, 6 de maio de 2015

Observation #5 - Leinolan Koulu part IV - Math classes for the third graders

Leinolan Koulu - Math classes II

This observation is from an Math Lesson to the third graders. Some general observation about the Learning Environments can be found on the previous post about Leinolan Koulu.
As my other observations, I decided to look more in some aspects: Learning Environments, Teaching Methods and Students' Behaviour.


- Learning Environments:
There were 11 students in the classroom.
The classroom is quite traditional, but the students sit in pairs.
It's almost the same classroom than the other observations in Leinolan Koulu. You can check how it is on the previous posts about this school.

- Teacher Methods:
The teacher asked me to make a short presentation to introduce myself in English and she didn't even need to translate to them, and they started to learn English on last August.
She asked the students to go to the interactive board to do some exercises.
After the exercises in the interactive board, the teacher explained some other exercises from their textbook and they did it in pairs. After doing the exercise, the teacher didn't correct them, they looked for the right answers in the teacher's book.
After everyone have finished their exercises, they have played a memory game in the interactive board.

- Students' Behaviour:
The students always raise their hands when they want to tell the answer of any exercise or ask some questions.
They were very motivated when they were doing exercises in the interactive board and were very quiet while doing exercises on the textbook.
There weren't any side talks.
All the students did their exercises and correct them.

-Final Considerations:
There were just eleven students in the classroom because the school staff thinks that math and English are the most difficult subjects for the kids, so they split the classes.
They were so excited to play the memory game after the class. It sounds like an award to them and it's very good to have some extrinsically motivation.
The teacher material is excellent and the teacher also know very well how to use the interactive board, not to just project some slides.
She also works as a developer of this material, that is very interesting and interactive. Brazilian PNLD program is starting to be something like this, and it is excellent. Although we don't have interactive boards in every classroom and we also don't have a teacher training, it is a little start. We just need to improve it.

Leinolan School - Aula de Matemática II

Esta observação é de uma aula de matemática para os alunos do terceiro ano. Você poderá encontrar mais informações e observações sobre a Leinolan School nos marcadores à direita.
Como minhas outras observações, eu decidi focar em três aspectos: Ambientes de Aprendizagem, métodos de ensino e Comportamento dos alunos.

- Ambientes de Aprendizagem:
Havia 11 alunos em sala de aula.
A sala de aula é bastante tradicional, mas os alunos ficam em pares.
É praticamente a mesma sala de aula do que as outras observações na Leinolan Koulu. Você pode verificar como elas são nas postagens anteriores sobre esta escola.


- Metodologia do professor:
A professora pediu para eu fazer uma breve apresentação em Inglês e ela nem sequer teve que traduzir para os alunos, e eles começaram a aprender Inglês em agosto do ano passado. Crianças de 8 anos!
Ela pediu aos alunos para ir para o quadro interativo para fazer alguns exercícios.
Após estes exercícios, ela explicou alguns outros exercícios de seu livro didático e eles fizeram isso em duplas, mas cada um em seu livro. Depois de fazer o exercício, a professora não os corrigiu, eles consultaram as respostas certas no livro do professor que fica em um canto da sala.
Após todos terminarem os seus exercícios, eles jogaram um jogo da memória coletivo no quadro interativo.

- Comportamento dos Alunos:
Os alunos sempre levantam as mãos quando querem dizer a resposta de qualquer exercício ou fazer algumas perguntas.
Eles estavam muito motivados enquanto faziam os exercícios no quadro interativo e ficaram bastante quietos ao fazer exercícios no livro didático.
Não houve qualquer conversa paralela durante toda a aula.
Todos os estudantes fizeram seus exercícios e os corrigiram.

-Considerações Finais:
Haviam apenas onze alunos em sala de aula porque a direção da escola e os professores acreditam que Matemática e Inglês são os temas mais difíceis para as crianças, por isso dividem a classe, onde metade tem aula de inglês e a outra metade matemática. No horário seguinte há a troca.
Eles ficaram muito animados para jogar o jogo da memória após a aula. Soa como um prêmio para eles e é muito bom ter alguma motivação extrínseca, apesar da motivação intrínseca ser bem mais interessante.

O material do professor é excelente e a professora também sabe muito bem como usar o quadro interativo, não apenas para projetar alguns slides igual muitos fazem no Brasil.
Ela também trabalha no desenvolvimento deste material, que é muito interessante e interativo, com exercícios, textos, imagens, vídeos e audios. O PNLD está começando a a digitalizar seus livros para torná-los interativos, e isto é excelente. Apesar de não termos quadros interativos em cada sala de aula e também não termos um treinamento para professores, isto é um pequeno início. Nós só precisamos melhorá-lo.

Bruno Pereira Garcês

domingo, 3 de maio de 2015

Observation #4 - Leinolan Koulu part III - Math Classes for the sixth graders

Leinolan Koulu - Math classes

This observation is from an Math Lesson to the sixth graders. Some general observation about the Learning Environments can be found on the previous post about Leinolan Koulu.
As my other observations, I decided to look more in some aspects: Learning Environments, Teaching Methods and Students' Behaviour.

- Learning Environments:
There were 20 students in the classroom.
The classroom is full of paintings of the students, organized in a traditional way but students are sit in pairs.
There is an assistant in the classroom to help a student with some difficulties to focus on the subject. She doesn't help with the subject but the concentration.
There's a piano and some percussion instruments in the classroom. 


- Teacher Methods:
The teacher uses a projector where she can write and project at the same time. So she can solve some exercises with the students.
She was solving some exercises about fractions in a very traditional way. She solves and some students help.
She asked every student to answer some questions.
The exercises were very academic ones. The teacher didn't talked about the use of fractions in real life. The problems were just about simplifying fractions and converting to regular fractions to mixed fractions.
The lesson was a cognitive one.

- Students' Behaviour:
Some students participated very well to the class but others were talking with their colleagues.
They seem to know the content very well.
Each student has a little notebook where the teacher send messages to their parents if they forget something like the textbook or the notebook. It's part of other value of Finns: Responsibility.

-Final Considerations:
This is a good example of a class in Brazil. Exactly the same we usually see. The teacher solving exercises together with the students and asking them to participate.
The only difference I could realize was the discipline of the students, they don't talk too much with each other. All of them stay quiet during the class.
If I had come to Finland and observe only this class I would ever ask me what is the secret of education in this country.

Leinolan School - Aula de Matemática

Esta observação é de uma aula de matemática para os alunos do sexto ano. Você poderá encontrar mais informações e observações sobre a Leinolan School nos marcadores à direita.
Como minhas outras observações, eu decidi focar em três aspectos: Ambiente de Aprendizagem, Metodologia do professor e Comportamento dos alunos.


- Ambiente de Aprendizagem:
Havia 20 alunos na sala de aula.
A sala de aula está cheia de pinturas dos estudantes. 
A sala é organizada em uma maneira tradicional, mas os estudantes ficam em duplas.
Há uma assistente na sala de aula para ajudar um aluno com dificuldades para se concentrar. Ela não ajuda com o conteúdo, apenas o auxilia a manter-se focado.
Há um piano e alguns instrumentos de percussão na sala de aula, pois todos os professores trabalham música em suas aulas. A escola possui uma sala de música mas as vezes a mesma é utilizada por outros professores, assim eles tem material de trabalho em todas as salas.



- Metodologia do professor:
A professora usa um projetor onde ela pode escrever e projetar ao mesmo tempo. Então, ela pode resolver alguns exercícios com os alunos. É como um retroprojetor porém projeta o próprio livro ou caderno, sem a necessidade de preparar transparências.
Ela estava resolvendo alguns exercícios sobre frações de uma forma muito tradicional, ela resolve e alguns alunos participam falando as respostas.
Ela pediu para cada aluno responder uma ou mais questões.
Os exercícios foram muito acadêmicos. A professora não deu exemplos do uso de frações na vida real. Os problemas eram apenas sobre simplificar frações e converter frações impróprias à frações mistas e vice-versa.
A teoria de aprendizagem observada na sala é o cognitivismo.

- Comportamento dos Alunos:
Alguns estudantes participaram muito bem da aula, mas outros estavam um pouco dispersos.
Eles parecem saber o conteúdo muito bem.
Cada aluno possui um caderninho onde o professor manda recados para seus pais, caso eles esqueçam algo como o livro ou o caderno. É outro valor que os finlandeses possuem culturalmente: Responsabilidade.


-Considerações Finais:
Me senti em uma sala de aula no Brasil. Exatamente o mesmo que costumamos ver. O professor resolvendo exercícios juntamente com os alunos e pedindo-lhes para participar.
A única diferença que eu pude perceber foi a disciplina dos alunos, não há conversa paralela em sala de aula. Todos eles ficam quietos durante a classe. (Lembrando: as aulas tem duração de 45 minutos com 15 minutos de intervalo entre cada aula, portanto, não é tão difícil conseguir prestar atenção nas aulas desta forma.)
Se eu tivesse vindo até a Finlândia e observasse somente esta aula eu ia me perguntar eternamente qual é o segredo da educação deste país.
A minha opinião sobre o ensino de matemática é a seguinte: O professor deve fazer o possível para mostrar a aplicação real de todo o conteúdo na vida dos estudantes.
Também acredito que muita coisa deve ser revista no currículo do ensino médio, há vários conteúdos que um estudante não precisa para ter uma boa formação como cidadão, afinal, o ensino médio não é ensino técnico e tão pouco ensino superior. Caso alguma profissão exija conhecimentos mais avançados, estes deverão ser apresentados aos alunos no ensino superior ou técnico que irá formar os profissionais.
A 4ª postagem sobre a Leinolan Koulu será de outra aula de matemática que pude observar, desta vez um pouco diferente. Fique ligado!

Bruno Pereira Garcês

Observation #3 - Leinolan Koulu part II - English Classes

Leinolan Koulu - English classes

This observation is from an English Lesson to the fourth graders. This is the second year that they were learning English.
As my other observations, I decided to look more in some aspects. But in the final considerations I'll tell a bit more about the observation.

- Learning environment:
There were 17 students in the classroom.
The classroom is exclusive for the English subject, with a lot of boards and panels in English.
There's a complete sound system, an interactive board, a traditional board, a television and a stereo in the classroom. There's also a lot of books and magazines to the students.
The classroom is quite traditional but the students sit in groups of two or three students.
There is a school map on the wall showing where they are and where are the emergency exits and also the fire extinguishers.
There is a water tap in the classroom so the students don't need to go out to get water (In Finland everyone can drink water directly from the tap).


- Teacher's Methods:
The teacher has a textbook and an exercise book to use. There are CDs used in the class to do listening activities. The material is very similar to those used in private language schools in Brazil.
The teacher talk a lot of English in the classroom and the kids shows a high level, even that is their second year learning this language.
The teacher method is something between behaviorism and cognitivism. The students are supposed to learn by repetition, by listening to the teacher and the CDs and also by doing exercises. Even though they learn a lot.

- Behavior of students:
When I came to the classroom with the principal, all the students stood up and gave me a collective "Good Morning".
When the teacher asks some questions, the students raise their hands to answer.
All the students participate well in the lesson.
The children go to the classroom without shoes (it's cultural in Finland).
When the time is out, the students stay in their places, they don't stand up to go to the break, because they know the importance of studying and they have one break after each class.

- Final Considerations:
Before I go to the lesson, I thought it would be different, more informal and based on socio-constructivism, but I could see that it is very traditional. But in Brazil, the English classes usually aren't like this. English classes in the basic education is based on grammar and the students can't speak English even after finishing the high school unless they pay (a lot) for a private school. 
We should improve our English education because the internationalization is improving each year. Our students will probably need this language one day, and some of them don't have money to pay for a private school.
At long last, Finland is a very good example of multilingual country, almost everyone speaks Finnish, English, Swedish and most of them speaks other language too, like German, French, Spanish or Russian.
But, it's true that we can make things different, with little changes we can make a better education.
Language teachers, how about teach more speaking in the classroom? how about using a different material in the classroom? how about talk more English with our students?

Leinolan School - Aula de Inglês

Esta postagem é sobre a observação de uma aula de Inglês para os alunos da quarta série do ensino básico. Este é o segundo ano que eles possuem Inglês como disciplina.
Assim como minhas outras observações, eu decidi observar os três principais aspectos: Ambiente de Aprendizagem, Metodologia do Professor e Comportamento dos Alunos.


- Ambiente de aprendizagem:
Havia 17 alunos em sala de aula.
A sala de aula é exclusiva para a disciplina de Inglês, com vários painéis e quadros neste idioma.
Há um completo sistema de som, um quadro interativo, um quadro tradicional, uma televisão e um aparelho de som na sala de aula. Há também vários de livros e revistas em Inglês para os alunos lerem.
A sala de aula é bastante tradicional, mas os alunos ficam em grupos de dois ou três.
Há um mapa da escola na parede mostrando onde estão e onde estão as saídas de emergência e também os extintores de incêndio.
Há uma torneira na sala de aula para que os alunos não precisem sair para pegar água (Na Finlândia, todos bebem água diretamente da torneira, é completamente seguro).


- Metodologia do Professor:
A professora tem um livro texto e um livro de exercícios para usar. O livro texto possui um CD para os alunos ouvirem pessoas conversando em Inglês e para ouvir as palavras que estão aprendendo. O material é muito semelhante aos utilizados em escolas de idiomas particulares no Brasil.
A professora fala bastante Inglês na sala de aula e as crianças demonstram um nível muito elevado, mesmo sendo apenas o segundo ano que eles estão aprendendo este idioma.
O método utilizado pela professora é algo entre o comportamentalismo e o cognitivismo. Os alunos aprendem pela repetição, ao ouvir o professor e ao CD e também fazendo exercícios. Mesmo com essa metodologia, que não é a mais adequada segundo alguns estudiosos da educação, os alunos aprendem bastante.

- Comportamento dos estudantes:
Quando cheguei à sala de aula com a diretora, todos os alunos se levantaram e me deram um coletivo "Good Morning", me lembrei da época do Colégio Tiradentes da Polícia Militar de Minas Gerais, minha origem.
Quando o professor faz alguma pergunta, os estudantes levantam a mão para responder.
Todos os alunos participam bastante da aula.
As crianças vão para a sala de aula, sem sapatos (que é cultural na Finlândia, pois como a neve é bem constante, os sapatos costumam ficar molhados).
Quando a aula acaba, os estudantes permanecem em seus lugares, eles não se levantam para ir para o intervalo, pois sabem a importância de estudar, a importância da educação é ensinada pelos pais, a educação é cultural na Finlândia, não é por acaso que eles possuem um "Ministério de Educação e Cultura", pois eles andam juntos na sociedade. Além disto os alunos sabem que possuem um intervalo de 15 minutos após cada aula.

- Considerações Finais:
Antes de eu ir para a aula, eu pensei que seria diferente, mais informal baseada no sócio-construtivismo, mas eu pude ver que ela é bem tradicional. Mas, no Brasil, as aulas de inglês não são geralmente como esta. No ensino básico o ensino de Inglês é baseado em gramática e os alunos não aprendem a falar Inglês, mesmo depois de terminar o ensino médio, a menos que a família tenha condições de pagar (muito) para uma escola de idiomas.
Devemos melhorar nosso ensino de idiomas, porque a internacionalização está aumentando a cada ano. Nossos alunos provavelmente precisarão deste idioma um dia, e alguns deles não têm dinheiro para pagar uma escola particular.
Enfim, a Finlândia é um bom exemplo de país multilingue, quase todos falam finlandês, Inglês, Sueco e, a maioria deles, fala outra língua também, como alemão, francês, espanhol ou russo.
Mas, é verdade que nós podemos fazer coisas diferentes, com pequenas mudanças que podemos fazer uma melhor educação.
Aos professores de idiomas, que tal praticar mais conversação em sala de aula? que tal utilizar um material diferente? que tal conversar mais em Inglês com nossos alunos?

Bruno Pereira Garcês

sexta-feira, 1 de maio de 2015

Leinolan Koulu part I - General Information

Leinolan Koulu - Info

I had the opportunity to go to Leinolan Koulu, know more about it and to observe some lessons in there. I've made some questions for the principal and I'll tell you some answers.
This is the first of the six posts I will make about this school, the classes observation and about a special day that I could participate.

General information
Leinolan Koulu is a primary school in Tampere, Finland.
The school has 20 teachers and 320 students.
The principal has 8 hours a week of teaching because of the number of students at school. If the school have less students the principal must teach more lessons a week.
Curricula
Their curricula is the same since 2004, but there is a change coming in 2016. The new curricula will allow the cities to do their own changes and decide about some regional aspects of it. Nowadays it's a subject-based curricula but it will be changing gradually to more competence-based curricula.
The teacher stays with the students for 3 or 4 years and then there is a change. Some schools don't have this change and others do this change every 2 years.
There's one teacher per classroom plus the language teachers.
All of them have at least a master degree in education.

Teacher planning
The teachers of the same level do their plan together once a week, but this planning time is informal, they decide when to do it.

Learning Environments
The learning environments are quite traditional but well equipped. The teachers do a lot of work with the students and some of these works are on the walls.
Languages
The school has English, Russian, German and Arabian classes.

Parents
Parents usually don't go the school in regular days. They trust the teachers, by the way, trust is one of the main values of Finn people. There is 4 evening meetings a year and 80% of the parents go to these. There's also individual meetings where they talk to the teachers face-to-face and almost all parents go. There's a kind of mobile app called Helmi (pearl in English) where the parents talk directly to the teachers. It's an easy way to communicate quickly.

Music classes
They have music at school but there's no specific music teacher, every teacher work a little of that and some of them that know more can play and teach the students to play some instruments. There are some schools in Finland that are more focused in some areas like sports, music or arts.

Homework
Students usually have half an hour of homework a day, except on Friday when they usually don't have it. If the children spend more than one hour per day doing homework, the parents usually comes to school to talk with the teacher, so they prepare a personalized homework to this student that can have some learning difficulties.

Inclusive education
There are seven assistants to help with some special needs students. There is also a special needs teacher and a teacher who teaches Finnish to students that don't have Finnish as mother tongue. 
They have some students with autism, some with difficulties to concentrate and to learn, hyperactive students and a blind student.

Environmental education
All of the teachers work with Environmental Education at the classroom, but there are no further projects.

Leinolan School - Informações Gerais

Tive a grande oportunidade de conhecer a Leinolan Koulu (Koulu é escola em finlandês) e observar algumas aulas. Fiz algumas perguntas para a diretora e abaixo segue um pequeno resumo do que perguntei.
Este é o primeiro das seis postagens que pretendo fazer sobre esta escola.

Informações gerais
Leinolan Koulu é uma escola primária em Tampere, na Finlândia.
A escola tem 20 professores e 320 alunos.
A diretora possui 8 horas aula semanais devido ao número de alunos na escola. Se a escola tem menos alunos a diretora deve ministrar mais aulas por semana.
Currículo
Seu currículo é o mesmo desde 2004, mas há uma mudança que virá em 2016. O novo currículo permitirá que as cidades possam fazer suas próprias alterações e decidir sobre alguns aspectos regionais no mesmo. Hoje em dia há a divisão clara de disciplinas, porém com o novo currículo terá algumas mudanças como as disciplinas transversais.
O professor acompanha os alunos por 3 ou 4 anos e, em seguida, há uma mudança. Algumas escolas não têm essa mudança e os outras fazem essa mudança a cada 2 anos.
Há um professor por sala de aula, além dos professores de idiomas.
Todos eles têm pelo menos mestrado em educação.
As aulas duram 45 minutos e há 15 minutos de intervalo entre cada aula, assim os alunos não se cansam do ambiente de sala de aula.
Planejamento dos professores
Os professores do mesmo nível de ensino preparam seu plano em conjunto uma vez por semana, mas o planejamento é informal, eles decidem quando fazê-lo.

Ambientes de Aprendizagem
Os ambientes de aprendizagem são bastante tradicionais, porém muito bem equipados. Os professores fazem bastante trabalhos com os alunos e alguns destes trabalhos estão expostos nas paredes.
Idiomas
A escola tem aulas de inglês, russo, alemão e árabe.

Pais
Os pais normalmente não vão à escola em dias regulares. Eles confiam os professores, a propósito, a confiança é um dos principais valores dos finlandeses. 
Há quatro reuniões por ano, após as 15:00 e aproximadamente 80% dos pais participam. Há também reuniões individuais onde eles falam conversam com os professores diretamente e quase todos os pais vão. Ao conversar com os pais, a escola primeiro fala sobre os pontos positivos dos alunos, para os pais perceberem que não são um desastre na criação de seus filhos. Um pouco de psicologia com os pais pode auxiliar bastante na aprendizagem das crianças.
Há um tipo de aplicativo móvel chamado Helmi (pérola em Inglês, fazendo alusão à um brinco de pérola que fica sempre ao ouvido das mães), onde os pais podem falar diretamente com os professores. É uma maneira fácil de comunicar-se rapidamente.

Aulas de música
Eles têm música na escola, mas não há nenhum professor de música específico, cada professor trabalha um pouco do conteúdo e alguns deles ensinam os alunos a tocar alguns instrumentos. Há algumas escolas na Finlândia que estão mais focados em algumas áreas, como esportes, música ou artes.
Tarefa de casa
Os estudantes geralmente têm meia hora de lição de casa por dia, exceto na sexta-feira quando eles geralmente não têm. Se as crianças passam mais de uma hora por dia fazendo lição de casa, os pais geralmente vem à escola para falar com o professor, assim eles preparam uma lição de casa individualizada a este estudante que pode ter algumas dificuldades de aprendizagem.

Educação Inclusiva
Há sete assistentes para ajudar com alguns alunos com necessidades especiais. Há também um professor de educação especial e um professor que ensina finlandês para os alunos que não têm finlandês como língua materna.
A escola atende alguns alunos com autismo, alguns com dificuldades para se concentrar e aprender, alunos hiperativos e um aluno cego.

Acredito que a educação está na base. Não começa a se construir uma pirâmide pelo topo. A solução para a educação no Brasil talvez seja o investimento onde é mais necessário, educação básica, afinal, segundo o dicionário Michaelis da Língua portuguesa:
"básico bá.si.co 
adj (base+ico) 1 Que serve de base. 2 Essencial, principal, fundamental. (...)"

Esta foi a primeira das seis postagens sobre a Leinolan Koulu.
Espero que tenham gostado.

Bruno Pereira Garcês